sábado, 21 de agosto de 2010

Os Cantos e Contos de Zizi Possi








Falar de música brasileira de boa qualidade sempre é uma tarefa difícil.
Mas quero colocar minha experiencia musical que tive a poucos dias com uma das minhas Divas Zizi Possi.Zizi é aquelas cantoras que voce conhece,já cantarolou um de seus sucessos e se pergunta porque ela não está tão presente na mídia.Simples,pois seu requinte e talento extradiornário faz com a atual indústria musical brasileira,falida e decadente,a exclua do cenário musical comercial.Que bom.Sim,isso é magnífico,pois faz com que um público seleto,fãs de verdade e pessoas de bom gosto,à consumam de forma inteligente e pessoal.

Zizi Possi por Zizi:Maria Izildinha Possi,paulistana do bairro do Brás, típico reduto de imigrantes italianos, estudou piano e canto na infância e mudou-se para Salvador aos dezessete anos, onde estudou composição e regência. Após dois anos de curso, abandonou a faculdade e fez teatro com o irmão, o diretor de teatro José Possi Neto, na mesma época em que participou da montagem do musical Marilyn Miranda. Em um projeto para a prefeitura soteropolitana, trabalhou como professora de música para crianças — filhos de prostitutas no Pelourinho —, gravou jingles comerciais e participou de especiais da televisão local, transferindo-se posteriormente para o Rio de Janeiro.
A convite do então diretor artístico Roberto Menescal, Zizi assinou contrato com a gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), que lançaria quase todos os discos. O primeiro LP gravado foi Flor do Mal (1978) e o primeiro grande sucesso foi a canção "Pedaço de Mim", gravada para um disco de Chico Buarque, autor da canção, que também dá título ao segundo álbum, datado de 1979, no qual outras duas canções se destacariam: "Nunca" e "Luz e mistério".

Zizi e eu:Foi por acaso,há alguns anos atrás(indelicado colocar o tempo aqui),que numa loja de discos me chamou a atenção uma capa de um disco,("Mais Simples",de 1996).Comprei e coloquei para tocá-lo.Senti um frio na barriga,sim...A interpretação,a delicadeza da voz em letras inteligentes.Em minutos virei fã da "tal",Zizi Possi.Começei a fuçar na sua carreira,fui atrás dos vinis,raros de encontrar e peças de colecionador,mas logo tive um outro susto:me deparei com os irmãos italianos,"Per Amore" e "Passione".Eu não estava mais apaixonado pela Zizi,eu estava amando.Por uma coincidência divina,toda a discografia dela foi re-lançada em cd e assim fui garimpado aos poucos.Passei pelo "Asa Morena",Um Minuto Além","Pra sempre e mais um dia",Amor e Música",mas ainda faltava a cereja do bolo:"Estrebucha baby".A foto da capa já me chamava a atenção,uma Zizi séria,enigmática,revoltada.Sim,o amor se consolidou e virou casamento.Mas como vê-la ao vivo?!Como falar o tanto que a acho talentosa?!O tempo foi passando...Não consegui assistir o "Para inglês ver...e ouvir" e parece que houve uma briga entre nós.Pensava,o porquê de uma das maiores intérpretes do Brasil desapareceu da mídia?!Simples:o mal gosto assola a humanidade e a Zizi,em seu trono prefere ficar com seu público seleto.Ok!

Cantos e Contos:os DVDs reúnem 36 apresentações, das quais foram selecionadas uma série de 12 shows comemorativos aos 30 anos da carreira de Zizi Possi. Os registros contam com grandes nomes que subiram ao palco, ao lado da cantora, como Edu Lobo, Alcione, Ivan Lins, João Bosco, Eduardo Dussek, Alceu Valença, Ana Carolina, Luiza Possi, Roberto Menescal e Toninho Ferragutti.
Já a parte de Contos dos dois DVDs, mostra as visões do diretor Jose Possi Neto e da cantora, roteirizados por Monica Almeida, com momentos de descontração, contos e brincadeiras, além de um grande apanhado de informações e histórias da música popular brasileira.

Cantos e Contos em Curitiba:redes sociais são a grande modernidade,da pós modernidade de tempos líquidos e incertos.Mas estamos inseridos nelas e seu bom uso sempre acaba trazendo resultados positivos.Partindo desse princípio,no meio de uma aula,de uma tarde,fui avisado por um grande amigo com essas palavras:"João,sua Zizi vai estar no Guairão".Putz...Correria e frio no estômago.Imediatamente a compra do ingresso na primeira fileira(poltrona A36)e contar os dias para vê-la.
O dia 06/08/2010 amanhaçeu ensolarado e frio.Eu estava nervoso mas não deixei ninguém perceber...Chegou a tarde e finalmente a noite.Sexta-feira diferente...Cheguei cedo no Guaíra e me sentei.Palco escuro.Ainda não acreditava que em alguns "minutos além",a veria ao vivo,sim ela,Zizi Possi.
Apagam-se as luzes.Acordes de "A Paz",nos moldes do disco "Sobre todas as coisas,de 1991",e meu coração fazia "tum,tum,tum",frio na barriga e tremedeira.Sim era ela,exuberante e maravilhosa.Foi um show de emoçoes,eu me emocionei várias vezes,sua interpretação perfeita,sua voz impecável,seu profissionalismo exuberante.
Passou muito rápido.Queria maiZ ZIZI...

O encontro:game over,fim de show,porta do camarim para tentar vê-la.Logo saiu sua acessora,simpática,informando que ela iria receber seus fãs.Sério.Não acreditei.Liguei para minha mamy e disse:"Sim,eu vou falar com a Zizi".Depois de algum tempo de espera,entrei e vi,ali bem na minha frente,ela,simpática,receptiva e linda.Sim,Zizi é linda.Outra vez meu coração quase pulou da boca,cheguei perto e disse,com voz trêmula,"Zizi,sou doente por você",ela respondeu,"Prefiro que você seja sadio por mim!Como você se chama"? e eu respondi nervoso,"João e esse cd que começou minha paixão por você".(estava na mão com cd,"Mais Simples").E assim,rolou papo sobre nossas conversas em twitter e tietagem em geral.Autógrafo e fotos,muitas fotos.
Sai do teatro com os pés nas nuvens...Putz,meu casamento com a Zizi era sólido e percebi uma coisa a mais:Zizi é Diva,é de carne e osso.É "Mais simples"!
É difícil colocar em palavras minha emoção desse encontro.É a realização de um sonho,afinal,nós humanos,somos feitos de sonhos e de música.Amor e música.

Termino essa postagem aqui.Sem mais palavras.A emoção tomou conta de tudo.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Canção de Protesto sobre a "Liquidez do Amor"



Ouvindo Zizi Possi,prestei atenção na letra desta canção,escrita por Caetano Veloso,que entrou no álbum de Zizi de 1987,"Amor e Música".

Vale a pena prestar a atenção nesta letra e analisar como ficou-se banal e líquido falar de amor.

O que pode ser esse tal de amor?Citando Zygmunt Bauman,..."não é ansiando por coisas prontas, completas e concluídas que o amor encontra o seu significado, mas nos estímulo a participar da gênese dessas coisas. O amor é afim à transcendência; não é senão outro nome para o impulso criativo e como tal carregado de riscos, pois o fim de uma criação nunca é certo."

Então fica-se o protesto da liquidez do amor e das canções de amor:

Porque será
Que fazem sempre tantas
Canções de amor
E ninguém cansa
E todo o mundo canta
Canções de amor
De minha parte
Às vezes não aguento
Noventa e nove e um pouco mais por cento
Das músicas que existem são de amor
E quanto ao resto
Quero cantar só
Canções de protesto
Contra as canções de amor
Odeio "As Time Goes By"
O manifesto
Canções de amor
Muito ciúme, muita queixa, muito "ai"
Muita saudade, muito coração
É o abusara de um
Santo nome em vão
Ou a santificação de uma banalidade
Eu queria o canto justo na verdade
Da liberdade só do canto
Tenra, limpa, lúcida, e no entanto
Sei que só sei querer viver
De amor e música


(Caetano Veloso)

Abaixo Ana Carolina cantando:

">

E no dia 06/08 tem Zizi Possi no Guairão.

Referencia:
BAUMAN,Zygmunt.Amor Líquido.JORGE ZAHAR,2004.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Protesto contra a falta de profissionalismo numa sociedade atrasada e conservadora pós-modernista pontagrossense



Entre um fim de semana e outro,entre uma conversa e outra sempre rolam lembranças interessantes entre amigos,do tipo "meu passado me condena" ou "como pude?!"

Mas o que quero relatar aqui talvez seja uma pequena forma de protesto.

Para entender:Um grande amigo,"fazendo limpeza no armário,retirando traças e teias",achou um papel,manuscrito por ele mesmo,durante sua 'estadia empregatícia',na ACIPG de Ponta Grossa.Nesse dia,nesse papo informal,por coincidência ou não,ele me levou seu manuscrito.Li na hora e demos risadas.

O por quê da coincidência:eu também tive o privilégio de trabalhar na ACIPG há uns quatro ou cinco atrás e o que será descrito abaixo se passou comigo literalmente.Mas meu principal objetivo é o de ressaltar que essas situações que serão relatadas, são de gestões passadas nos quais eu e meu colega presenciamos,tais como:falta de (des)preparo da equipe de vendas,(des)qualificação profissional como um todo,principalmente de secretárias ligadas a chefia dessa entidade,assim como outras tantas questões deficitárias profissionais e de relações inter-pessoais difíceis de entender.

Segundo Michel Foucault,"não existe em nenhuma sociedade divisão entre os que têm e os que não têm poder. Pode-se dizer que poder se exerce ou se pratica. O poder, não existe. O que há são relações, práticas de poder".

Portanto não vou entrar no mérito da ACIPG,quanto ao seu papel social,político e econômico na cidade de Ponta Grossa.O que postarei aqui,diz respeito,SOMENTE as micro-esferas de poder,no que se destaca,ao tratamento da maioria dos funcionários,dentro do local de trabalho(numa sociedade fechada,burguesa,conservadora e medíocre); e o quanto é complicado ter pessoas (des)qualificadas profissionalmente,atuando em áreas da qual,as mesmas não tem envergadura científica-moral-social,para uma atuação ética,cidadã e profissional.

Destarte,depois dos esclarecimentos acima,listo abaixo 12 normas de conduta de um "bom funcionário" ACIPG:

1)Não ir à Copa!
2)Não procurar saber!Não perguntar!Não mexer!
3)Não ir à recepção;
4)Não frequentar a sala do SCPC;
5)Não entrar na sala do almoxarifado,1ªandar;
6)Não esquecer,que quem manda é o Associado;
7)Nunca dirigir a palavra para os professores da FGV;
8)Nunca falar com diretores ou pessoas encarregadas,salvo se lhe perguntarem algo;
9)Nunca falar(em hipótese alguma)com a Presidência;
10)Nunca produzir ideias,sugestões ou questionamentos por escrito;(isso jamais!)
11)Não recepcionar pessoas de amizade particular e pessoal;
12)Não se abata ou leve nada como sermão pessoal,pois pode-se considerar tudo como uma questão de mudanças;

Que assim seja nos "avatares da mediocridade".

Referencia:
FOUCAULT,Michel.Microfísica do Poder,(1979).

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Análise do texto: ”Tudo é História: O que ensinar no mundo Multicultural?” de Selva Guimarães e Marcos Silva e Fonseca.

Os autores questionam, no início do texto, o que fazem os historiadores quando ensinam história e como trazem de volta o passado. Questionam também ,de qual passado os professores tratam quando ensinam história às crianças e aos jovens brasileiros?Respondem essas questões afirmando que nenhum relato consegue recuperar o passado tal como era e esta sempre fadada a ser um construto pessoal, uma manifestação da perspectiva do historiador como narrador. Assim sendo os autores concebem o currículo como uma construção, um processo, campo de lutas, fruto da seleção de alguém ou de um grupo que está no poder, revelando tensões, conflitos, aproximações e distanciamento. O Objetivo do texto é refletir sobre a questão dos currículos de história na escola de educação básica no contexto global e multicultural na atualidade.
Multiculturalidade nos currículos escolares são usados para caracterizar a sociedade brasileira globalizada, inserida no movimento de globalização mundial, com sua diversidade humana, social, geográfica e política. O papel do professor neste contexto, ”deve” ter a capacidade interdisciplinar, de integrar os contextos dos sujeitos e dos saberes dos excluídos. Esse professor traz consigo a crítica do sistema de ensino brasileiro, sua concepção e organização histórica, atrelada aos interesses dos setores dominantes da sociedade. Em suma,defende uma escola para todos.
Nesse sentido a escola, se apresenta como um espaço de acolhimento, inclusão e resgate de identidades e culturas múltiplas. O Estado também tem um crescente interesse em reconhecer o pluralismo no interior da sociedade brasileira e a educação escolar como espaço de afirmação de identidades diversas. Como reação as essas demandas, das “minorias”, houve a introdução dos temas transversais como “ética”, ”pluralidade cultural” nos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, tornando obrigatórios o estudo da temática “história e cultura afro-brasileira”.
O multiculturalismo é resultante de reinvidicações de grupos sociais, ditos como “minorias” para serem valorizados e reconhecidos. Também é visto como uma estratégia de grupos dominantes para controlar e dominar as reivindicações, os mecanismos de produção e reprodução de saberes e culturas. Assim sendo o papel do professor crítico é de ter a possibilidade de desconstruir discursos antidemocráticos, monoculturais, difusores de estereótipos e preconceitos de classe, religião, etc. De tal modo, mais que um conteúdo escolar e acadêmico, o “multiculturalismo crítico e revolucionário” é uma postura ética e política em relação ao mundo.
Portanto, o texto apresenta uma visão de currículo como um campo de relações e intenções sociais, políticas, econômicas e culturais, e parte constitutiva do contexto produzido e produtor de relações, de saberes e práticas escolares. Assim, discutir o currículo é essencial para o ensino de história. O currículo não é um espaço neutro – na verdade, ele representa uma forma que os interesses sociais e a cultura encontram para se produzir e se desenvolver, representa o encontro e desencontro de desejos e ideologias, a noção de poder exercida pelo controle social e econômico, o que se configura no controle do estado sobre a escola. Ainda assim, o currículo é contextual, depende de onde e de quem o utiliza, ou seja, pode ser aceito ou criticado pelos sujeitos do processo educativo. Portanto, existe o currículo prescrito e o currículo vivido.
No Brasil, o currículo procura formar um aluno trabalhador/consumidor/cidadão, que atenda as exigências da sociedade atual. Desde os anos 1990, a política educacional brasileira procura estabelecer variados mecanismos de controle – como o currículo prescrito unificado. Além de ditar os conteúdos que devem ser ensinados, eles fazem a educação voltar-se a testes avaliativos (como o vestibular, o Enade, etc.), seguindo uma tendência neoliberal internacional, derivado de um processo de globalização econômica e de mundialização da cultura.
Vários autores criticam esta formação da cidadania contraposta à formação para a economia, ligada às necessidades do mercado capitalista. Defende-se que, ensinar para além desta sociedade, cultiva-se a atitude de cuidado e solidariedade, desenvolve caráter e identidade cosmopolita. Porém, se as pessoas não estão preparadas para esta sociedade, serão excluídas dela. Assim, conscientes destes conflitos/relações de poder que permeiam a formulação dos currículos, os professores devem estar preparados para analisar o currículo, o material escolar e, sempre valorizar as vozes dos diferentes sujeitos, o diálogo, o respeito à diferença, o combate à desigualdade e o exercício da cidadania.
O debate sobre o que ensinar nas escolas é intenso, segundo a autora: “Este terreno é sempre controverso, habitado por disputas, interesses, consensos, e principalmente, dissensos.” Ou seja, a escolha não esta ligada apenas ao professor que ministra as aulas, mas a uma série de pessoas envolvidas no processo educacional, que estão por trás dos currículos, e tem interesses distintos. A institucionalização dos currículos na disciplina de história, esta envolta de interesses teóricos e políticos.
A forma de organização do currículo demonstra as intenções do ensino, como por exemplo, em 1942 no auge da Era Vargas, onde diferente do período anterior que privilegiava as nações européias em detrimento da América e do Brasil, a história nacional ganha destaque, pois para o governo de Vargas, era importante o sentimento de pertencimento, a unificação nacional, e a escola foi um instrumento do nacionalismo pretendido pelo governo. Já a história da América foi retirada dos currículos. Nos currículos e programas de ensino é evidente a relação entre o ensino de história e a formação de uma identidade nacional, o que nos remete à intencionalidade política do Estado na formação em relação ao preparo do cidadão apto a conviver em sociedade.
Para o ensino de história, a proposta curricular prevê o aperfeiçoamento de competências e habilidades em seus alunos. Assim para que se desenvolvam os conhecimentos históricos nos estudantes, é necessário desenvolver competências de “representação e comunicação, investigação e compreensão e contextualização cultural”, o que implica o aluno em saber ler, analisar, contextualizar e interpretar fontes documentais, dentre outras habilidades.
O ensino de história a partir dos anos 90 vem voltando-se para o indivíduo em sociedade, para as semelhanças e diferenças culturais, entre os povos, seus interesses, valores, e identidades buscando cada vez mais diminuir o preconceito. A partir disto, torna-se clara a preocupação dos PCNs em localizar no campo da história, questões que remetam ao tempo em que vivemos como a identificação da heterogeneidade, a distinção das particularidades da cidadania cultural, a política da convivência e da tolerância em relação ao diferente.

Acadêmicos: João Vinicius Bobek, Renata Neves e Vanessa

Vídeo:"Multicultural"(copie e cole no seu navegador)
http://www.youtube.com/watch?v=PRIF1kYdtCk

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Questões propostas a partir do texto: ”Idéias que romperam Fronteiras”, de Leandro Konder.

1) Comente sobre o pensamento socialista da segunda metade do século XIX.

O autor inicia seu texto expondo que o socialismo moderno teve sua origem na Revolução Francesa. Sendo assim o pensamento socialista na segunda metade do século XIX é uma ideologia que critica o liberalismo econômico, e vai contra as noções de que o mercado é o princípio organizador da atividade econômica, devendo, portanto ser preservado a todo custo. Surge principalmente como forma de protesto contra as desigualdades provocadas pelo intenso processo de industrialização, e contra as péssimas condições de vida dos trabalhadores. Os socialistas observam que são o mercado e a livre concorrência as principais fontes das desigualdades sociais. O socialismo propõe então limitar o alcance do mercado através de mecanismos reguladores, e defende sobretudo o planejamento da produção como a forma mais eficaz de distribuir a riqueza produzida entre todos os membros da sociedade. Esta é a principal preocupação da ideologia socialista: promover uma distribuição equilibrada de bens e de serviços, tornando-os acessíveis a toda a população. Portanto,a partir desses princípios havia ainda duas correntes de pensamento socialista. A primeira, da qual Marx faz parte, argumentava que o socialismo só seria possível se todas as nações praticassem-no de forma simultânea, caso contrário o fluxo financeiro e as trocas comerciais entre elas impediriam um planejamento equilibrado de suas provisões e necessidades. Justamente por tratar o socialismo como algo inalcançável sob as condições impostas, essa corrente foi chamada de utópica. Já a outra corrente acreditava na possibilidade de programar o socialismo em poucos países, e então depois de estabilizado expandi-lo para outros. Para isso seria preciso a intervenção do Estado na economia, pois este seria a única força capaz de controlar a atividade dos empresários capitalistas em benefício de toda a população.

2) Qual a diferença entre o pensamento de Marx e Angels em relação aos socialistas utópicos?

Pensadores como Charles Fourier e Henri de Saint-Simon, defendiam a idéia de que a utopia socialista podia trazer benefícios para a humanidade inteira, assim como para vários grupos. Idealizavam que o poder poderia ser deslocado das mãos dos burgueses para a direção do Estado.O objetivo não era de prejudicar os privilegiados ,mas criar uma situação na qual as atividades econômicas pudessem trazer benefício a todos.Em suma,suas idéias eram de tentar reformar a sociedade através da boa vontade e participação de todos e percebe-se assim,uma forte tendência filantrópica e paternalista: melhoria de alojamentos e higiene, construção de escolas, aumento de salários, redução de horas de trabalho.Já Marx e Angels defendiam a idéia de que de sustentação do proletariado,fazendo a revolução necessária à superação do capitalismo,que não só asseguraria as condições para o pleno exercício da sua cidadania como tornaria viável a extensão da cidadania efetiva sobre a todos os seres humanos no comunismo. Marx deixa manuscritos em que se preocupa principalmente com a alienação do homem, rejeitando o materialismo teórico e reivindica uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificaria. Para os pensadores, o combate a alienação e a desumanização era a função social da educação; deveria se aprender não apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função e nem seria função da escola trabalhar a concepção moral e afetiva. A alienação de que fala Marx é conseqüência do afastamento entre os interesses do trabalhador e aquilo que ele produz; é o que se aprende para determinada função e sem formação que ajude a exercer suas potencialidades. Então,a partir dessas idéias, a formulação teórica de Marx e Angels teve grande êxito na mobilização da classe operária,pois os trabalhadores tomaram consciência do alcance universal da luta de classes.

3) Comente sobre a difusão do marxismo e a origem dos trabalhadores, apontando suas reinvidicações e conflitos.

Segundo o texto, o processo de organização e mobilização sugerido por Marx, continuou a avançar após a morte do autor e assim passou a marcar uma presença constante e crescente na vida política do Estado, pois parlamentares eleitos pelos partidos socialistas conseguiam arrancar à burguesia concessões que os trabalhadores necessitavam. Assim sendo, praticamente todas as artes receberam influência do Marxismo através de teóricos que buscaram importar as idéias da luta de classes e da importância do engajamento dos intelectuais em tais discussões. Na literatura, por exemplo, a chamada crítica marxista pregava que a análise de textos literários devia desconsiderar o estudo biográfico do autor e se fixar na análise dos acontecimentos ficcionais a partir da visão da luta de classes.Essa perspectiva, e não apenas na literatura, mas em todas as artes, desenvolveu-se em um cerceamento da liberdade de muitos artistas que se viram desprestigiados por críticos e pela classe artística caso não abordassem em suas obras uma "temática social".Tanto na área da saúde como na área tecnológica os avanços foram animadores e os trabalhadores tiveram um aumento no seu poder aquisitivo,mas não deixaram de se organizar para reivindicar nos chamados “partidos das massas” e os primeiros “sindicatos de massas”.De acordo com o autor do texto as principais reivindicações da massa trabalhadora foi o sufrágio universal; eleições diretas para todas as instancias; democratização do aparelho judicial; ensino básico gratuito e obrigatório para todos; liberdade de expressão e organização; lei de proteção aos trabalhadores e revogação de todos os dispositivos legais que resultassem em discriminação contra as mulheres. Entretanto as propostas eram mais ousadas e mais concretas no plano de reformas socioeconômicas do que no plano da institucionalização das reformas políticas.Outro fator de destaque foi o estímulos aos partidos e o apoio aos sindicatos ,pois foram ,de acordo com o texto,criadas escolas e bibliotecas,sendo assim desenvolvidas intensas atividades na esfera da educação popular,sempre voltadas para preparação de todos para o pleno exercício da cidadania.


João Vinicius Bobek
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