domingo, 30 de agosto de 2009

Paralelo entre a visão da Revolução Francesa de 1848, a partir dos textos de Heric Hobsbawn e George Rudé.


‘Paralelo entre a visão da Revolução Francesa de 1848, a partir dos textos de Heric Hobsbawn e George Rudé. ’

Pegando como referência o texto de George Rudé, ”A Revolução Francesa de 1848”, nota-se que o autor trabalha com uma visão específica sobre o tema, focando o processo revolucionário na França. Aponta no texto dois fatores de diferença quanto a Revolução de 1789. O primeiro diz respeito a ao início da indústria moderna e o segundo quanto a difusão de idéias socialistas.Ressalta que a era do grande empregador industrial ainda estava para chegar na França neste período,pois ainda na década de 1830,os trabalhadores estavam começando a se associar em grupos organizados a fim de participar de questões políticas.Esse grupos tinham objetivos sociais muito mais profundos do que um simples aumento de salários e a existência de empregos,pois ocorreu numa época em que a habitação era miserável e a depressão predominava.Pois segundo o autor,pela primeira vez na história da França,encontra-se os mesmos trabalhadores empenhados em sucessivas manifestações políticas.

Rudé afirma que em 1789 e 1830, os assalariados não só tinham ajudado a fazer uma revolução como também tinham obtido uma vitória inicial. Estavam organizados em clubes políticos e associações profissionais próprios, marchando sob líderes e bandeiras próprias, totalmente imbuídas de novas idéias do socialismo. Portanto em 1848,apesar de suas inovações importantes,marca apenas uma etapa intermediária entre o tipo mais antigo e o mais novo de movimentos e distúrbios populares.O autor contempla que o rompimento entre o governo e os socialistas agora era completo.

Apanhando Marx e Tocqueville como referência, Rudé esclarece embora os pensadores pertençam a campos opostos, ambos concordam que se tratava de uma luta de classe contra classe, que marcou um ponto culminante na história da França. Tocqueville afirma que o fato de não visar a uma modificação na forma de governo,e sim à alteração da ordem da sociedade e já para Marx foi a uma luta de proletariado e da burguesia ,pois para ele significava a derrubada da sociedade burguesa e antes a revolução significava a derrubada da forma de Estado.Então admite-se que a revolta 1848 foi ,segundo o autor,um protesto armado dos trabalhadores de Paris,contra os donos de propriedades,não sendo um conflito de trabalhadores de fábricas ,pois isso seria impossível nas circunstancias da época.

Portanto Rudé assegura que o conflito de junho de 1848 volta-se para as formas mais antigas de protesto social pelos pequenos consumidores e produtores. Esse conflito teve origem na minoria dos trabalhadores das oficinas, principalmente motivados pelo fato de o governo continuar a pagar salários, a espinha dorsal da revolução vinha de outros grupos.

O texto de Heric Hobsbawn, ”A Primavera Dos Povos”, faz uma abordagem mais ampla e global sobre o processo revolucionário de 1848. Destaca que a França é o centro natural detonador das revoluções européias.Afirma que em 1848,foi a primeiro levante potencialmente global,e cita como exemplo de sua amplitude a insurreição em Pernambuco e na Colômbia.Afetou tanto as parte desenvolvidas quanto as atrasadas no Continente,sendo a mais ampla e a menos bem sucedida revolução dessa linhagem.

Hobsbawn cita que essa revolução requer um detalhado estudo por Estado e região, pois aconteceram quase que simultaneamente e possuem estilos e sentimentos comuns, resultado de uma atmosfera romântico-utópica, entretanto foram revoluções sociais de trabalhadores pobres, assustando tanto os moderados liberais quanto os políticos mais radicais. Portanto a revolução de 1848 manteve seu ímpeto e influência onde os radicais eram suficientemente ligados aos movimentos populares para empurrar os moderados para frente ou realizá-la sem eles.Segundo Hobsbawn isso só seria possível nos países onde a questão crucial era a libertação nacional,um objetivo que requereria a continua mobilização das massas,por isso teve mais sucesso na Itália do que na Hungria,por exemplo.

Eric garante que chamar 1848 de “a revolução de intelectuais” é um erro e não se deve subestimar o potencial do proletariado, ainda jovem, a ter consciência de si enquanto classe. O objetivo dessa crise da primeira metade do século XIX era de ser pública democrática e social, pois a classe trabalhadora injetou nele, novos elementos institucionais baseados na prática dos sindicatos e da ação cooperativa, embora não tenha criado elementos tão novos e poderosos como os russos. Portanto 1848 foi a primeira revolução na qual os socialistas apareceram na frente da cena desde o início.

Assim sendo Eric Hobsbawn afirma que esse período de crise surgiu e desapareceu, deixando para trás exceto mito e promessa. Deveriam ter sido revoluções burguesas,mas a burguesia fugiu delas.Mas a revolução de 1848 acabou marcando o fim da política da tradição ,das monarquias que acreditavam que seus povos aceitavam a regra do direito divino,resultando em sociedades estratificas,tudo sancionado pela tradição religiosa,na crença dos direitos e deveres patriarcais do que eram superiores social e economicamente.

Bibliografia:
Rudé, George. A multidão na História:Estudos dos Movimentos populares na França e Inglaterra:1730-1848.Rio de Janeiro:Campus,1991.
Hobsbawn J. Heric. A Era do Capital 1848-1875.Rio de Janeiro:Editora Paz e Terra,1996.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Resumo do terceiro capítulo da obra de e Beatriz Kushnir, ”Baile de Máscaras”.


Irmandade da Caridade

De acordo com o terceiro capítulo da obra de Beatriz Kushnir, ”Baile de Máscaras”, num primeiro momento, em 1906 é criada uma organização associativa para auto proteção e socialização de mulheres e homens que participavam do comércio e da prática da prostituição estrangeira no Rio de Janeiro-”as polacas“ onde ficaram conhecidas dos freqüentadores do Mangue e da Lapa da belle époque carioca.

Composta majoritariamente feminina, seus objetivos neste período eram de criar condições de assistência religiosa, educacional e médica a suas associadas. A participação masculina ficava somente a encargo da escola e da sinagoga. Preocupadas com a preservação de sua vida espiritual e com a educação de seus filhos, essas mulheres reelaboraram, na pátria imigrada, suas referências de identidade. A existência de crianças e da criação de escola desmistifica o mito da prostituição em que as mulheres eram inférteis ou mesmo negadoras da idéia de maternidade.

Para ser membro da associação, nesse período, requeria-se a apresentação feita por um sócio antigo e em pleno gozo de seus direitos; professar a religião judaica; estar em perfeita saúde; e não ser inválido, pois a entidade vivia das mensalidades de seus associados, que precisavam estar saudáveis para desempenhar seus trabalhos.

Num segundo momento da entidade,em 1914,houve uma reorganização da associação, com um novo estatuto, devido talvez à redução do número de mulheres associadas, já que o período era instável proporcionado pela 1ª Guerra Mundial e pela dificuldade em se sair da Europa. Sendo assim houve um decréscimo da chegada de novos imigrantes e o contingente de prostitutas estrangeiras era muito móvel. Mas com o fim da guerra e suas conseqüências no continente europeu,torna-se a chegar uma nova leva de prostitutas judias no Brasil.

A segunda fase da ABFRI foi marcada pela divisão em duas esferas: uma das beneficências, comandada pela ala feminina que cuidavam dos enterros e aos socorros hospitalares das mulheres e outra da administração masculina que se encarregavam de gerenciar o patrimônio e autorizar despesas. Percebe-se neste momento a possibilidade de viver em um coletivo e por um coletivo de homens e mulheres, sendo ambos contribuintes.

Realizavam-se eleições, nos quais sós homens podiam ser eleitos para cargos administrativos devido a um sistema ideológico, de que a associação reflete um modelo familiar e assim se expõem e afirmam valores de superioridade masculina e o de núcleo familiar que é extremamente importante, pois é ele que constitui a base de identidade do grupo, uma vez que os imigrantes entendem essa atitude como uma forma de preservar sua originalidade. Por outro lado, a associação reforça uma visão de época em que a relação cáften/prostituta era vista a partir da força e da coerção. A autora exemplifica que nesse período existiam três tipos de estereótipos de cáftens ,sendo eles o apache,o sentimental e o judeu ,sendo este último um negociante ,frio e calculista que opera com a razão do lucro.

Em 1916, a ABFRI inaugura o Cemitério Israelita de Inhaúma representando e afirmando o objetivo de uma sociedade dessa natureza: a manutenção de uma identidade étnico-religiosa, a despeito das relações com a comunidade judaica.

A inauguração foi anunciada como uma verdadeira crônica policial, narrando o bizarro, a notícia misturava em um mesmo caldeirão todas as referências usualmente feitas ao fenômeno do tráfico de escravas brancas a atuação de parte da comunidade judaica nessa área. Sendo assim fica mais claro o porquê da construção de uma vida comunitária e da criação da Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita-seu cemitério e sua sinagoga, pilares de uma vida espiritual, religiosa e social. Esta população, sendo uma parcela de condenados ao esquecimento social, os sócios da ABFRI, longe de se autocondenarem, buscaram na vivência comunal religiosa a identidade social pra continuar a sua vivência.

Com uma atitude de exclusão, frente à questão da prostituição e do tráfico de brancas, que envolvia alguns de seus membros, a comunidade judaica carioca preocupava-se em “salvar” as moças alertando-as. Mas sabe-se que o seu resultado foi quase nulo. Então a estratégia utilizada foi de demarcar a divisão do grupo e reafirmar a especificidade de cada lado, baseando em valores morais e socialmente reconhecidos, sendo para muitos como o mais natural diante tais circunstâncias.

Novas mudanças nos estatutos da ABFRT acontecem em 1925. Preocupados em se apresentar como uma comunidade independente e auto-suficiente elabora-se um novo estatuto que prevê que o patrimônio deve ser aplicado na aquisição de um asilo, um hospital e na educação dos filhos dos associados, sendo que nestas novas mudanças incluem-se novas categorias de sócios, como contribuintes; remido; benemérito e honorário.

Cada associado tinha uma ficha de matrícula, sendo que um caso interessante é de um dos sócios, chamado Weinstein, acusado de estrupo e maus tratos contra sua esposa. Quando esta é interrogada em razão de sua tentativa de suicídio,sua esposa, Fany, relata também a tentativa de seu marido cafetiná-la.

Weinstein, mesmo com provas materiais da sua violência, é inocentado do crime. A autora associa isso a sua posição não somente dentro da ABFRI, que possibilitava uma vivência comunal de cunho religioso, mas também de possibilitar do mesmo ser maçon. É compreensível que os laços que regiam a associação são de afetibilidade e solidariedade, proporcionada sempre uma reestruturação destes laços.

Um marco na história da associação é da 1ª Diretoria de Associados do Sexo Feminino eleita e empossada. Segundo a articulista ,esta mudança pode ser aceita por dois fatores,mudanças dentro do quadro presidencial,devido a muitas mortes ou reflexos da campanha anti-cafetismo ocorrida na Argentina.

A autora apresenta as dificuldades financeiras que a associação passou em meados dos anos 40 e que refletem marcas sempre presentes nessa associação, como o seu caráter fundamental de eterno refazer, reestruturar e recomeçar. O declínio da ABFRI começa a dar sinais claros em meados dos anos 50. Importante relato é ministrado pelo Senhor O contador da associação, que demonstra uma intensa tentativa de construir uma memória através dos dias de festas religiosas e sepultamentos. Num discurso marcado pela necessidade de preservar uma visão positiva,o Senhor O.,afirma que nunca soube que aquela era uma sociedade de prostitutas,que para ele ,tudo corria dentro de uma normalidade por não saber da vida dos respectivos sócios fora do âmbito da associação.

Devido a um quadro de doenças ,em dezembro de 1961,é realiza-se um assembléia para escolher uma substituta para a então presidente Angelina Schafran. As sócias remanescentes viram a seguir o declínio e queda da ABFRI, pela falta de recursos.

Assim sendo, no final do terceiro capítulo, com o subtítulo “Quando vemos os rostos”, a autora volta-se à vida das “polacas”. Percebe-se que, apesar de não serem todas moças inocentes, que entraram para o mundo da prostituição sendo enganadas, como mostra a autora em outros trechos do livro, têm todas a miséria e a perseguição religiosa como marca comum em suas trajetórias.

Beatriz relata que ao fim da vida, não era incomum estas mulheres ocuparem-se de outras atividades como a venda de bilhetes de loteria, por exemplo. Quanto à AFBRI, nota-se que serviu para atender um grupo específico em momento determinado da história, já que não houve a perpetuação da Associação, que foi demolida, enquanto o cemitério foi abandonado.

104 fichas policiais da Delegacia de Costumes do Rio de Janeiro, preenchidas entre os anos 50 e 70, mostram as origens da prostitutas, francesas em sua maioria. O delegado auxiliar da delegacia conta sobre um episódio em que prometeu a uma mulher que se tornara prostituta por ter sido expulsa de casa, que rasgaria sua ficha se ela mudasse de vida. Sendo que tal ato repetiu-se outras vezes. Nota-se que a ficha carregava o estigma que perseguia estas mulheres, além de servir como controle de suas vidas.

As fotos e as histórias das fichas revelam muito da vida destas mulheres. Algumas mais bonitas outras aparentando mais idade do que realmente tinham. Várias começaram a se prostituir porque ficaram viúvas, ou porque se separaram, enquanto outras deixaram esta vida porque se casaram ou começaram a trabalhar como vendedoras. Muitas, por serem analfabetas e sem preparo para ingressas no mercado de trabalho, encontravam na prostituição uma saída, que as “mantinha” até idade avançada, em muitos casos. O tom desastroso da história destas mulheres inspirou artistas e escritores. Eram histórias de vida semelhantes, porém, a singularidade de cada história, também fala alto.

O papel da ABFRI era de refazer laços e tornar familiar o mundo hostil. Estas mulheres precisavam reconstruir seus mundos e vivenciar o coletivo. Rebecca Freedman, ou Becca, como era conhecida, dedicou parte de sua vida para que isto acontecesse. Ela foi eleita presidente da AFBRI em 1966. Rebecca, que era analfabeta, chegou ao Brasil em 1916, e é lembrada como uma mulher lúcida, atenta às questões contemporâneas, e também bastante religiosa. Rebecca não foi substituída ao fim de sua gestão de 4 anos, já que a Associação se exauriu. Segundo Senhor O, que trabalhou na AFBRI, não houve uma reunião para acabar com a Associação, simplesmente não houve mais reuniões porque não havia arrecadação. Esperou-se até a próxima reunião que nunca chegou.

Rebecca morreu aos 103 anos, em 1984, no subúrbio de Ramos. Foi enterrada no cemitério Comunal do Caju, pala entidade israelita Sociedade Cemitério Comunal, qual passou a cuidar do Cemitério Israelita de Inhaúma. O abandono do cemitério, o fim da AFBRI (que ajudou a preservar a identidade cultural e religiosa destas mulheres) e da vida de dona Becca, nos levam a refletir sobre estas mulheres. Muitas são relembradas por seus descendentes com vergonha. Segundo a autora, esta situação estava mudando na época em que o livro era feito, e alguns descendentes declaravam não sentir nenhum constrangimento.

Referência:

KUSHNIR, Beatriz. Baile de Máscaras.Mulheres Judias e Prostituição:As Polacas e suas associações de Ajuda Mútua.Rio de Janeiro:Imago Editora,1996.



Postado por Mr. John

segunda-feira, 23 de junho de 2008

I Encontro Regional Sudeste-Programa Universidade sem Fronteiras

Nos dias 19 e 20 deste mês aconteceu o I Encontro Regional Sudeste do Universidade sem Fronteiras,realizado na UEPG.Nosso projeto foi destaque na mídia local e estadual.O subprojeto da professora,Andreia Przybiovic foi exposto durante o primeiro dia de encontro e serviu como modelo de incentivo e implementação ao apoio as licenciaturas. Segue abaixo a reportagem do jornal Diário dos Campos e algumas fotos do Encontro.

"Conhecimento é poder".


Cento e vinte e quatro municípios de todo o Par
aná estão tendo a oportunidade de verificar mudanças em parte de sua realidade. A fórmula é simples e parte do incentivo à educação, à solidariedade e à abertura das portas das universidades estaduais do Paraná. Trata-se do projeto ‘Universidade sem Fronteiras’, idealizado em 2007, mas que começou a colher resultados este ano. Somente a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolve ações em parceria com a comunidade de 22 municípios, totalizando 18 projetos que estimulam o aperfeiçoamento, além da geração de emprego e renda, em localidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Para tanto, o investimento não é pequeno. No total, são destinados pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) mais de R$ 10 milhões, sendo R$ 1,1 milhão para a UEPG.
“Este é o nosso maior programa de extensão universitária que garante inserção na comunidade e a possibilidade de os acadêmicos conhecerem a realidade de outras regiões”, explica o reitor da UEPG, João Carlos Gomes.
Para estimular a partic
ipação dentro das instituições, são oferecidas bolsas de estudo a acadêmicos, professores e recém-formados, além de veículos destinados integralmente ao transporte para essas regiões atendidas. “Mas é importante ressaltar que não se trata de um programa de assistencialismo. Os participantes fazem um diagnóstico e propõem mudanças através dos projetos apresentados”.
Da UEPG participam 70 alunos de graduação, com bolsas de R$ 300; 35 recém-graduados, que contam
com auxílio de R$ 940; e 43 professores orientadores com bolsas mensais de R$ 483. “Temos 148 bolsas distribuídas até o momento”.

Formação humana é o objetivo

A escolha dos municípios é feita através de estudo realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “É através dos índices divulgados pelo instituto que as cidades com menor IDH são escolhidas”, acrescenta a secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.
O grande objetivo é reduzir as desigualdades regionais, fazendo com que as universidades exerçam o seu papel social. “O ‘Universidade sem Fronteiras’ está permitindo o desenvolvimento da popularização da Ciência e Tecnologia, ocasionando na melhoria da qualidade de vida das comunidades”.
Ainda conforme Lygia, resultados estimulantes já foram percebidos. Em Corumbataí do Sul, noroeste do Estado, os alunos da F
aculdade de Campo Mourão conseguiram estimular a criação de cooperativa de produtores de maracujá. “Lá, o trabalho permitiu o aumento do preço de venda do produto, através do direcionamento de frutos a indústrias de produção de suco. Agora, os produtores e acadêmicos estão desenvolvendo técnicas que permitam a produção do suco na própria cooperativa”.
Mas as mudanças vão além. De acordo com Lygia, estimular a inserção de acadêmicos em realidades diferentes permite a formação humana. “Não podemos nos preocupar em formar apenas técnicos, precisamos estimular a formação humana. Isso pode mudar as ações desses jovens, geralmente de classe média, que acabam entrando no mundo do crime, cometendo atrocidades”.

Projeto garante resgate da cultura

Um dos projetos desenvolvidos pela UEPG está garantin
do o resgate da cultura e da história do município de Irati. Ao todo, são 39 pessoas envolvidas, incluindo alunos e professores da UEPG e da Escola Estadual Antonio Xavier da Silveira, instalada na cidade. “Estamos resgatando a história de um monumento existente na cidade conhecido como ‘Santa’”, explica a professora da escola estadual, Andreia Przybiovic. O objetivo, através desse resgate, é a preservação do patrimônio e a criação de um órgão municipal de tombamento. “Pretendemos estimular e propor que se crie uma lei de proteção a esse patrimônio”.
Para os alunos do ensino médio, os benefícios superam o objetivo da manutenção da cultura local. “Com o projeto, mudei minha percepção de tudo. Eu nem tinha noção do que era um patrimônio. Hoje, luto para que a ‘Santa’ se torne um monumento histórico”, diz o estudante do 1º ano do Ensino Médio, Gilberto Soares.
Além de Irati, as cidades de Imbituva, Ivaí, Guamiranga e Prudentópolis também são alvo do trabalho em prol do patrimônio histórico. “Alunos do Ensino Fundamental e Médio são envolvidos em cada um desses municípios. Isso permite um processo de educação patrimonial dos adolescentes e a formação continuada dos professores”, avalia a coordenadora de projetos e professora do Departamento de métodos da UEPG, Silvana Carvalho.

Fonte:Diário dos Campos
Fotos:Arquivo pessoal João Vinicius

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Delicada Relação:um filme sensível e inteligente.


Passeando numa locadora,meio blasé,descobri esse filme.Sensível,alternativo e inteligente,aborda a relação de dois integrantes do exército que tem uma relação homossexual, que é escondida da tropa a todo custo. Porém a situação muda quando uma recruta declara seu amor por um deles.O filme não é chocante como outros filmes de temática homossexual tipo "Brokeback Mountain" ou "Meninos não choram", não há cenas de sexo, só insunuações e o forte são os diálogos e a linguagem corporal.
Apenas explora a relação homossexual de uma maneira muito delicada sem nunca descambar para o melodrama mesmo no final o filme continua com uma perspectiva alto astral.Altamente recomendado.

Baseado numa história real, "Delicada Relação" retrata o caso de amor entre oficiais israelenses que estão servindo numa base na fronteira de Israel e o Líbano. Eles são comandantes, estão apaixonados, e tentam encontrar um lugar para si próprios em meio a um sistema opressivo e rigoroso, que os leva a defender uma causa na qual não necessariamente acreditam.

Yossi, o comandante da companhia, é um cara introvertido e do tipo "integrado ao sistema". Jagger, o comandante do pelotão, é um sujeito aberto e bem mais liberado. Ele também é o astro da companhia. Yossi está absolutamente determinado a manter o caso em segredo, enquanto Jagger, que está prestes a deixar o serviço militar, acha que Yossi deve deixar o exército e partir com ele. Pouco tempo antes de partirem para uma perigosa emboscada, a tensão entre os amantes vai aumentando e torna-se quase explosiva.

"Delicada Relação" retrata de forma corajosa, genuína, divertida e às vezes até dolorosa, o complicado tema que é o homossexualismo nas forças armadas.

Também retrata a trágica estrutura de vida de jovens israelenses hoje em dia. O filme apresenta um conjunto encantador de jovens homens e mulheres, que deveriam, a essa altura de suas vidas, estar dançando, estudando e amando. Ao invés disso, devido ao serviço militar obrigatório e à complicada situação na região, eles são obrigados a devotar seus anos mais belos a seu país, para serem soldados, para matar e serem mortos.

Em "Delicada Relação" você poderá ver um chef que encontra prazer na culinária gourmet, um soldado que acredita em reencarnação e duas mulheres que tentam sobreviver no mundo dos homens. Mostrando os detalhes aparentes da vida dos comandantes e seus soldados, os criadores do filme enfatizam a situação distorcida na qual esses homens e mulheres são forçados a viver e morrer.

Título Original:
Yossi & Jagger
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 65 minutos
Ano de Lançamento (Israel):
2002
Site Oficial: www.yossiandjagger.com
Estúdio: Israel Cable Programming / Lama Productions Inc.
Distribuição: Strand Releasing / Europa Filmes
Direção: Eytan Fox
Roteiro: Avner Bernheimer
Produção: Amir Harel e Gal Uchovsky
Música: Ivri Lider
Fotografia: Yaron Scharf
Direção de Arte: Amir Pick
Figurino: Natan Elkanovich
Edição: Yosef Grunfeld


Mr. John

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Não precisa casar e nem namorar.Sozinho é bem melhor!




O dia 12 de Junho pode ser considerado uma data banal. Soou radical?!Não...Realista. É nesse dia que as maiores bobagens entre os casais "supostamente" felizes,são ditas.Presentinhos,juras de amor eterno e promessas são soltas no ar.Mas o que permanece é o interesse, a falta de respeito e um certo aprisionamento,sempre destacado em apenas uma das partes envolvidas. Hoje eu,como solteiro,feliz e independente,abomino essa data puramente comercial e senso comum. Viva a liberdade e a felicidade de ser inteligente e dono do seu "nariz"!
Abaixo segue uma entrevista muito moderna sobre as concepções de amor e casamento.

Em entrevista a Revista Veja,psiquiatra decreta a morte do amor romântico e diz que a vida de solteiro é um caminho viável para a felicidade.


Veja -
O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.

Veja - Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.

Veja - Por que os casamentos acabam não dando certo?
Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.

Veja - Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.

Veja - Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?

Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.

Veja - Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.

Veja - Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.

Veja - As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.

Veja - Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.

Veja - Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.

Veja - É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.

Veja - Com o fim do amor romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.

Veja - As desilusões com o primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?

Gikovate - No início da epidemia de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou. Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos. Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.

Postado por João Vinicius Bobek,pensando hoje,em como será sua estadia na Cidade Luz!

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