terça-feira, 14 de agosto de 2007

Análise da obra: A Festa de Pentecostes no Antigo Testamento.

  1. Obra: A Festa de Pentecostes no Antigo Testamento
  2. Autor: Tércio Machado Siqueira
  3. Aspectos abordados na obra: A celebração judaica que reunia o povo para estudar os textos sagrados, que mais tarde, viria ser a Bíblia revelando assim o aspecto primitivo da festa de Pentecostes que em seu conteúdo era agrícola sendo que o motivo principal para sua realização era a gratidão a Deus pelo dom da terra.
  4. Contribuição da leitura para o tema proposto: percebe-se através da leitura seu caráter simbólico, contribuindo e afirmando que qualquer festa em honra a Deus é composta de uma dimensão sagrada de associação do homem ao tempo e ao plano salvífico de Deus, e é isso que a distingue das demais festas: pois ela tem um caráter sacralizante.

Tércio Machado Siqueira inicia seu texto afirmando que no antigo calendário israelita estão relacionadas três festas: a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas, que a partir do domínio grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente a festa dos Tabernáculos ou Cabanas.As duas primeiras foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.Então é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus, entre algumas razões podemos citar que os agricultores sedentários dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram a esta região. Esta população não era de agricultores, mas pastores de ovelhas e a partir daí o povo israelita pouco a pouco, torna-se agricultor sedentário.

Pentecostes não é, segundo o autor, o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento.Originalmente essa festa é referida com vários nomes, sendo que o primeiro deles se denomina Festa da Colheita ou Sega, por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada; o segundo nome, Festa das Semanas, é chamado assim pelo período de duração dessa celebração: sete semanas; Dia das Premícias dos Frutos leva esse nome em razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega; e por último a Festa de Pentecostes: nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus.Os antigos nomes hebraicos perderam suas atualidade e foram substituídos pela denominação de Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias depois (da Páscoa).

Assim enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semana ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente realizada na roça.Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém, onde o autor destaca alguns pontos de sua liturgia como: a cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas e prosseguia com a peregrinação para o local de culto, o terceiro momento da festa era a reunião de todo povo trabalhador com suas famílias, amigos e estrangeiros, sendo que ninguém podia trabalhar naqueles dias; no local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem; os celebrantes alimentavam-se de partes das ofertas trazidas pelos agricultores; as setes semanas da festa incluíam outros objetivos, alem da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão do Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos.Vale ressaltar que essa festa era alegre e solene; a celebração era dedicada exclusivamente a Javé, sendo ecumênica, aberta para todos onde se reconhecia e afirma-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover laços comunitários, além do povo hebreu; agradecia a Deus pelo dom da terra e pelos estatutos divinos celebrando o ciclo da vida.

A Festa de Pentecostes não era uma cerimônia neutra, isto é, os celebrantes não se reuniam para um simples lazer ou diversão.Toda ritual buscava reafirmar e aprofundar o sentido da fé em Javé, O Deus Criador e Libertador, sendo que um dos detalhes marcantes dessa ‘Santa Convocação’ é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo.Ao celebrar a festa, toda comunidade aprendia a ser responsável para com a vontade de Deus e com o próximo.Segundo Tércio, o ritual da festa ensinava, pedagogicamente, que Deus é o criador e Sustentador das leis que regem o mundo, sendo que o cerimonial da festa entendia que o grande problema da humanidade é a falta de amor uns para com os outros.Assim essa celebração ensinava a comunidade de trabalhadores do campo, que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para Javé, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos.Destaca-se então a pedagogia dessa lei possui um aprofunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.

O articulista menciona o livro de Deuteronômio para citar duas novidades à festa nesse período: a memória da libertação do Egito e a recomendação de estudar os estatutos (a Torá de Javé) durante as setes semanas as festa.Além disso, fornece um outra informação: o nome da festa para o livro de Deuteronômio é Semanas e o local é o templo de Jerusalém, na cidade de Jerusalém, pois era a sede do governo, capital política e espiritual e possuía uma carga fortíssima de tradição, sendo cosmopolita, tanto no período do Antigo testamento como no Novo Testamento reunindo pessoas de todas as raças e condições sociais.

Então se conclui que a Festa de Pentecostes é uma festa adotada pelo Cristianismo ao Judaísmo.Nela, o povo celebrante reunia, especialmente, para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam ser a Bíblia.Assim sendo, todas as festas, ao longo da história do povo bíblico, sofreram metamorfoses.São modificações e adaptações, perfeitamente normais, sofridas ao longo da história, sem, contudo, perderem as colunas principais de sua estrutura de sustentação.

João Vinicius Bobek

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