segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Análise do texto:Lições das coisas: O Enigma e o Desafio da Educação Patrimonial

Lições das coisas: O Enigma e o Desafio da Educação Patrimonial

Maria de Lourdes Parreiras Horta

  • -A autora inicia seu artigo expondo que museologia nova também quer ser social, sendo que a popularidade e visitação crescem a cada dia no Brasil e no mundo.
  • -Os objetivos da educação patrimoniais são de levar as pessoas a perceber, compreender e identificar com o drama histórico, social e cultural encapsulado em cada artefato, expressão cultural que preservamos no museu ou fora dele.
  • -Considera-se que os objetos culturais tomados como patrimônio e ou memória coletiva tem força e a função de signos no processo de comunicação sócia, pois são suportes de sentidos e significados determinados e produzidos de acordo com diferentes códigos culturais.
  • -A autora propõe uma alfabetização cultural para deixar claro ao observador que a vida é regida por códigos e nesse trabalho propõe a análise, a observação e o questionamento dos aspectos formais, materiais e sensoriais do objeto inseridas no tempo e espaço de sua criação e utilização
  • -Também propõe a exploração dos significados possíveis expressos por esses objetos e fenômenos, seu sentido no contexto semântico na sociedade e da cultura que os produziram, sua relação com os outros elementos desse contexto, os porquês e os como de sua existência, e mesmo de sua sobrevivência ou desaparecimento no tempo.
  • -Maria afirma que desnecessária e mesmo inadequada, a dicotomia estabelecida e corrente entre o patrimônio material ou tangível, e o patrimônio imaterial ou intangível, sendo que cada objeto ou bem patrimonial carrega em si, as impressões digitais daqueles que os produziram, e as expressões mentais de seus criadores.
  • -Outro aspecto importante é a opção por leituras preferenciais, para as quais o publico leitor deve ser capacitado e preparado, pois a liberdade poética é uma maneira de contrapor ao discurso autoritário e injuntivo, que normalmente caracteriza os textos apresentados, e de enfrentar o modo de controle, na emissão de afirmações sobre o mundo e os fenômenos culturais.
  • -A autora cita Bourdieu para lembrar a necessidade de discussão sobre o papel dos museus como instâncias de consagração e de legitimação e a possibilidade de se transformarem em instrumentos de uma alfabetização cultural ou de uma educação para a cultura.
  • -Assim para Ulpiano,o eixo da musealizaçao é o processo de transformação do objeto em documento.Assim critica as insuficiências e distorções provocadas pelo recurso da recontextualização desses objetos.O trabalho dos profissionais desse ramo deve ser a procura pela mobilização dos objetos para a produção de diversas hipóteses que podem ser levantadas ,assim como a trajetória histórica desses bens culturais.Sendo assim cada artefato pode ser visto em um dado momento de sua trajetória ,do passado ao presente,em suas varias fases de transformações.
  • -A educação patrimonial propõe a exploração e construção de uma historia patrimonial, possível de ser construída a partir de acervos consagrados e não consagrados, musealizados ou não; na verdade, uma historia da cultura material. Assim pretende-se capacitar o aprendiz a dominar as técnicas e habilidades do historiador a exercitar a suas capacidades de trabalhar a partir das evidencias, formular perguntas e elaborar sua própria interpretação da realidade analisada.
  • -Ulpiano considera que a introdução de referencias a outros espaços, tempos e significados, numa contemporaneidade que é a do museu, da exposição, e de seu usuário. Assim recusa-se a acreditar que expor é exibir objetos, na sua aparência individual ou nas relações aparentes. Assim patrimônio é aquilo que permanecerá ,mesmo que sua expressão material tenha desaparecido ,como os dinossauros.
  • -Outro fator importante citado no texto é que alguns museológicos utilizam a Metáfora do Teatro da Memória, de Giulio Camillo, para explicar a natureza e o espaço dos museus como suportes de rememoração. Ulpiano critica o aspecto limitador da idéia do teatro, aplicada ao museu.
  • -Sendo assim a educação patrimonial defendida se baseia integralmente na exploração critica do objeto cultural ou do fenômeno patrimonial, no sentido de um laboratório de investigação e de descobertas. Então esses espaços são campos de representação simbólica e sintética de uma seqüência de ações, cristalizadas nos fragmentos e resíduos da matéria da cultura.
  • -Observa-se então que a metáfora do Teatro da Memória de Camillo serve mais como crítica do que como modelo explicativo, pois muitos profissionais dessa área encontram nesse mecanismo um instrumento interessante para explicar sua arte, mas a estratégia camilliana não passa de uma muleta retórica que serve ao orador, e não a platéia.
  • -A metodologia da educação patrimonial propõe como etapa final de seu processo a apropriação empatética dos fenômenos observados e experimentados, pelo registro da memória e no campo emocional e afetivo, dos valores e significados apreendidos durante a experiência.
  • -Então se conclui que os museus são essencialmente laboratórios de sensibilidade, paralelamente ao seu papel de laboratórios de conhecimentos. A educação é também uma educação sentimental.

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