quarta-feira, 28 de maio de 2008

Questões propostas a partir do Texto Feitor Ausente: Estudo sobre a escravidão urbana no Rio de Janeiro.Disciplina de História do Brasil I

Questões propostas a partir do Texto Feitor Ausente: Estudo sobre a escravidão urbana no Rio de Janeiro.

1) O que era o Sistema de Ganho?

O sistema compulsório de trabalho passa por modificações conforme as características em qual foi inserido. Estas evoluções não poderiam ser diferentes quando transferimos a ótica da escravidão do mundo rural para o urbano.

O escravo urbano também foi caracterizado como escravo de ganho, pois esta denominação parte de uma singularidade: o indivíduo, forçado ao trabalho compulsório nas cidades desenvolvia as mais variadas e penosas tarefas, tal qual no mundo rural, porém, este segundo, passava muito mais tempos longe dos olhos de seu senhor em relação ao segundo.

Nas cidades houveram dois sistemas escravistas em particular, que chamaram a atenção por seus aspectos diferentiativos no modelo escravo: o aluguel de escravos e o escravo de ganho. O escravo de ganho pode ser definido, de acordo com o texto, um sistema exclusivo das cidades, formado por indivíduos que após cumprirem suas tarefas domésticas, saíam às ruas para alugar sua força de trabalho a terceiros. E estes deveriam pagar um tributo aos seus senhores,independente da maneira para se chegar a quantidade desejada,para escapar das punições.

Essa forma de trabalho era conveniente tanto para o proprietário como para o escravo, pois acabava gerando algum lucro para o escravo, este pagava um tributo diário, porém podia ficar com o excedente da renda obtida nas mais diversas tarefas realizadas.

2) A escravidão negra do mundo urbano tinha semelhanças com outras formas de trabalho compulsório?Era uma forma de trabalho assalariado?Explique a especifidade da escravidão urbana.

Outras formas de compulsão ao trabalho foram utilizadas, como a Mita, a encomienda ou a indenture service. Mas estes trabalhos, apesar de forçados eram temporário e o índio era livre e bem diferente do escravo de ganho ou de aluguel que era propriedade do senhor,que dispunha dele como quisesse,podendo tirar-lo do trabalho e utilizá-lo para si ou para o comércio. O negro de ganho é escravo pela vida toda se perpetuando nas suas gerações seguintes.Ambos eram sem dúvidas trabalhos compulsórios ,mas isto não caracteriza a condição escrava de um individuo ,mas sim o fato de pertencer integralmente e ilimitadamente a outra pessoa.

Salário é o que o trabalhador recebe em troca da venda de sua força de trabalho, para que haja salário é preciso a mercantilizarão da força de trabalho. Para isso o indivíduo deve ser livre para vender sua força de trabalho,assim seria o ordenado na sua forma pura.Na verdade o que o escravo recebia era uma forma de variante do salário,portanto o que o trabalhador escravo recebe é uma contradição do sistema escravista.

Sedo assim umas das principais especificidades dos escravos urbanos é o caráter de maior flexibilidade que a escravidão assumiu no ambiente urbano. Os escravos passavam grande parte do seu tempo fora de casa, longe do controle do seu senhor, ocupados das mais diversas atividades. Embora um grande número se dedicasse as tarefas domésticas e tivesse um imenso contato com seus senhores,muitas outras atividades ficavam a cargos deles:Sapateiros,alfaiates,ferreiros e outras ocupações especializadas ou não,eram efetuados pelos cativos e supriam a demanda de mão-de-obra causada pelo desenvolvimento das economias urbanas.A propriedade escrava era reduzida,o espaço físico limitado e as necessidades diferentes impunham um número menor de trabalhadores .Quem possuía mais escravos que o necessário tinha o direito de alugá-los a terceiros e o sistema de aluguel era assim considerada umas das características mais importantes do sistema escravista urbano.

3) Aponte as semelhanças e as diferenças entre a escravidão antiga e a do mundo moderno.

Partindo do princípio que escravidão é a prática social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. A escravidão era uma situação aceita e logo se tornou essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito pouco produtivo. A escravidão da era moderna está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior, embora já na Antiguidade as diferenças raciais fossem bastante exaltadas entre os povos escravizadores, principalmente quando havia fortes disparidades fenotípicas. Outro ponto de destaque é a comparação quanto as revoltas entre a escravidão antiga e moderna.As condições que propiciaram o surgimento de rebeliões de escravos no Novo Mundo podem ser aplicadas igualmente bem ao mundo antigo,por que são manifestações que surgiram sobretudo onde a população escrava fosse mais numerosa do que a dos senhores,onde houvesse mais escravos estrangeiros do que nascidos no cativeiro ou tivessem origem étnica comum e onde a economia fosse dominada pela produção de um só artigo.

Outros pontos de semelhança têm a ver com a religiosidade dos escravos e suas modalidades de êxtase inspirado, com as formas como um escravo em especial – freqüentemente gozando de algum privilégio, sendo um escravo doméstico ou um artesão especializado – tivesse acesso ao mundo dos deuses, comunicando-se com eles e por isso, em parte pelo menos, tornando-se líder de uma revolta.

As diferenças entre as modalidades de trabalho forçado moderno e antigo se diferenciavam em dois pontos centrais: tornar-se escravo-mercadoria – por captura ou nascimento – era um destino individual, mesmo se milhares fossem capturados ao mesmo tempo, enquanto os participantes nas servidões comunitárias sempre integravam categorias sociais cujo destino era coletivo e a reprodução do sistema que se baseava no escravo-mercadoria era predominantemente externa (importação de cativos), enquanto que as servidões comunitárias se reproduziam internamente, sendo intercomunitárias, dois subtipos básicos se destacam sendo a primeira intracomunitárias, resultantes de uma diferenciação interna no seio de uma dada comunidade e a segunda intercomunitárias, nos casos em que uma determinada comunidade explora outra que consideram distintas.

Autor:João Vinicius Bobek

Um comentário:

Anônimo disse...

Thanks :)
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